Quase cinco meses após a antecipação da renovação do contrato de concessão com a Prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim, por R$ 15 milhões, a Brookfield, gestora da BRK Ambiental, está avaliando alternativas para sair de um investimento já maduro. Segundo o jornal Valor Econômico, a Brookfield contratou os bancos BTG Pactual, Itaú BBA e Santander para assessorar na operação.
Alternativas em Avaliação
Entre as possibilidades discutidas, está a venda de uma fatia na holding BRK Ambiental, que pode incluir o controle da empresa, ou a alienação de participações em três operações. Além de Cachoeiro de Itapemirim, as vendas de fatia podem abranger operações em Macaé (RJ) e São Paulo.
Contexto e Desafios
A Brookfield busca alternativas para levantar capital após falhar em levar adiante os planos de uma oferta inicial de ações (IPO). Apesar do mercado atual desfavorável para aberturas de capital, o setor de saneamento tem atraído forte interesse dos investidores, impulsionado pela privatização da Sabesp e uma agenda robusta de concessões e investimentos.
A BRK Ambiental passou por uma reestruturação no ano passado, o que reativou a discussão sobre a venda. Em 2022, a empresa tentou, sem sucesso, realizar uma oferta pública inicial de ações, cujo objetivo era levantar capital e abrir caminho para a saída da Brookfield do ativo.
Situação Financeira
A BRK Ambiental enfrenta o desafio de uma alavancagem financeira elevada. No primeiro trimestre, a relação entre dívida líquida e Ebitda era de 6,7 vezes, menor do que os 7,3 vezes do ano anterior, mas ainda considerada alta. A empresa estuda novas licitações e se prepara para grandes leilões estruturados pelo BNDES, como a concessão de Sergipe, prevista para este ano. No entanto, dúvidas sobre a competitividade da empresa persistem devido ao balanço pressionado e à indefinição societária.
Potenciais Investidores
A BRK Ambiental confirmou estar em negociações com bancos de investimentos para buscar oportunidades junto a potenciais investidores para uma possível capitalização da companhia. Isso inclui a alienação, preferencialmente parcial, de ativos, potencialmente certas concessões no Estado de São Paulo e em Cachoeiro de Itapemirim.
Conclusão
A possível venda da BRK Ambiental em Cachoeiro de Itapemirim e outras localidades é parte de uma estratégia da Brookfield para levantar capital em um setor que continua a atrair investidores, apesar dos desafios financeiros e do mercado. A definição do futuro da BRK Ambiental pode impactar significativamente o setor de saneamento, influenciando as próximas concessões e investimentos na área.
