O Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo (Sindijornalistas ES), em conjunto com a Federação Nacional dos Jornalistas, emitiu uma nota de repúdio contundente contra as recorrentes agressões do deputado estadual Wellington Callegari (PL) à liberdade de imprensa no estado. Nos últimos meses, o parlamentar tem sido alvo de críticas por suas atitudes de desrespeito e hostilidade contra profissionais da imprensa, em um claro desrespeito aos princípios democráticos e à liberdade de expressão.
O episódio mais recente envolveu o jornalista Toninho Carlos e Wanderson Amorim, do jornal online Notícias do ES, que foram alvos de ataques verbais e tentativas de intimidação por parte do deputado Callegari. Em declarações públicas, o parlamentar não apenas desqualificou o trabalho dos jornalistas, mas também os acusou de “analfabetismo jornalístico”, denegrindo assim a credibilidade de suas reportagens e opiniões.
Para o Sindijornalistas ES, esses incidentes não representam apenas uma agressão aos profissionais da imprensa, mas também um ataque direto à liberdade de informação e à sociedade civil, que depende de um jornalismo independente para estar devidamente informada sobre os assuntos que impactam suas vidas.
“Estamos diante de um cenário preocupante, onde políticos usam de seus cargos e influência para tentar silenciar vozes críticas e censurar o livre exercício da imprensa”, afirmou a nota do sindicato. “É inaceitável que agentes públicos recorram a medidas judiciais intimidatórias para coibir o trabalho jornalístico legítimo, que tem o dever de investigar e questionar os fatos de interesse público.”
O Sindijornalistas ES destacou ainda a importância do jornalismo como pilar essencial da democracia, responsável por manter a transparência e o debate público informado. A entidade reiterou seu apoio irrestrito aos jornalistas agredidos e exigiu das autoridades competentes uma postura firme contra abusos judiciais que buscam restringir a liberdade de expressão.
“Instamos a sociedade civil a permanecer vigilante e solidária aos profissionais da imprensa, defendendo um ambiente onde jornalistas possam exercer suas funções sem temor de represálias ou assédios políticos”, concluiu a nota.
O Sindijornalistas ES reafirmou seu compromisso com um jornalismo sem medo, livre de pressões e hostilidades, e continuará atento e atuante na defesa dos direitos fundamentais dos jornalistas e da sociedade como um todo.
Veja a nota na íntegra
O Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo e a Federação Nacional dos Jornalistas vêm a público manifestar veemente repúdio aos recentes assédios político e judicial sofridos por jornalistas no Espírito Santo, principalmente no interior do estado, neste ano de eleição municipal.
Estamos diante de intimidações que ferem gravemente a liberdade de expressão e comprometem o exercício do jornalismo livre e independente, pilares fundamentais de uma sociedade democrática.
Nos últimos tempos há um número crescente de processos judiciais movidos contra jornalistas, notadamente por políticos e outros ocupantes de cargos públicos, denotando clara intenção de silenciar vozes críticas e restringir o acesso da sociedade às informações.
Frequentemente, as ações contra jornalistas são baseadas em alegações infundadas e que, ressaltamos, representam uma tentativa explícita de censura ao jornalismo e grave ameaça ao direito constitucional e à liberdade de imprensa e de informação. É papel do jornalista investigar, questionar e informar fatos que impactam a vida pública e privada. É papel de quem ocupa cargos públicos, bem como de quem mantém vínculo comercial com a esfera pública, ser transparente e prestar contas à sociedade e aceitar ser questionado.
Atacar e tentar censurar o jornalismo é tentar impedir o direito da população de ser devidamente informada.
Ressaltamos, também, a grave ocorrência de assédio político por parte de alguns agentes públicos como o ocorrido recentemente quando um deputado estadual desrespeitou e agrediu o repórter e, não satisfeito, considerou nosso trabalho como “analfabetismo jornalístico”. A nosso ver, esse tipo de atitude mostra despreparo e incapacidade para o necessário debate de ideias baseado em fatos, argumentação e verdades. É desrespeito à sociedade que, na prática, é quem paga os salários e proventos da classe política.
Nosso total repúdio a esse tipo de político que quer se manter pelo grito e pelo ódio, negligenciando sua responsabilidade de prestar contas de suas ações à sociedade.
Exigimos das autoridades competentes uma posição firme contra o uso abusivo do sistema judicial para reprimir o trabalho dos jornalistas e apelamos à sociedade civil para que se mantenha vigilante e apoie os profissionais da imprensa na defesa de um jornalismo livre, democrático e independente.
Por um jornalismo sem medo, livre de assédios e represálias!