Crise no Podemos Cachoeiro-Diego Libardi, Allan Ferreira e Gilson Daniel

Por apoio a Diego Libardi em Cachoeiro, deputado Allan deve deixar o Podemos

Política

O deputado federal Gilson Daniel, presidente do Podemos, instaurou uma crise interna ao ir contra os compromissos firmados pelo deputado estadual Allan Ferreira, também do Podemos, em Cachoeiro de Itapemirim.

Nesta segunda-feira (20), Allan disse em primeira mão ao Notícias do ES que vai deixar o Podemos para seguir com sua palavra de apoio a pré-candidatura do advogado Diego Libardi (Republicanos) à prefeitura de Cachoeiro nas eleições 2024.

No último dia 10, o deputado estadual Allan Ferreira, que conta com o apoio de Marcelo Santos, anunciou que seu partido e as agremiações colocadas à sua disposição pelo presidente da Assembleia Legislativa andariam de mãos dadas na campanha de Libardi.

Gilson Daniel tornou público que pelos interesses do Palácio Anchieta, na pessoa do governador Renato Casagrande (PSB), teria que rever a posição do Podemos e que a sigla não iria seguir em apoio a Diego Libardi e que a intenção é coligar com a pré-candidata Lorena Vasques, apoiada pelo prefeito Victor Coelho, ambos dos PSB.

Na última sexta-feira (17), Allan esteve com Gilson Daniel. Alguns veículos de comunicação chegaram a dizer nesta segunda-feira que a paz estava selada e que o presidente da sigla estaria disposto a aceitar o compromisso de apoio do Allan.

No final da tarde, por telefone, Allan informou que em caso de manobra do Gilson, para o Podemos seguir em Cachoeiro com os interesses do grupo ligado a Casagrande em apoio a Lorena, vai pedir para sair do partido.

Ferreira pretende pedir uma carta de anuência. Se não conseguir, sua desfiliação do Podemos será por via judicial.

Marcelo Santos

Marcelo Santos é o padrinho político de Allan e desde o início teria colocado à disposição dele os partidos Podemos, Solidariedade, PRD, Avante e PMN numa possível disputa na Capital Secreta ou a quem ele apoiar.

Agora, com exceção do Podemos, Allan seguirá garantindo a Diego Libardi o apoio de quatro sigla para o pleito de outubro.

Chapa de vereadores em risco  

O movimento de Gilson Daniel contra os compromissos de Allan Ferreira cria uma crise interna no Podemos, pois os pré-candidatos a vereadores do partido, em sua maioria, não querem a coligação com o PSB.

A interferência do presidente estadual do Podemos joga por água abaixo todo o trabalho de articulação política feito por Allan Ferreira e vai comprometer a participação de importantes lideranças políticas na proporcional.

Hoje, dos três vereadores na Câmara de Cachoeiro, dois são de oposição ao prefeito Victor Coelho, sendo eles: Paulinho Careca e Paulo Grola. O presidente da Casa, Brás Zagotto, segue em cima do muro, mas tem jogado mais para ser oposição e foi apoiador de Allan Ferreira, o incentivando a candidatura a prefeito de Cachoeiro.

A chapa com os nomes colocados para a disputa de outubro é praticamente de oposição ao PSB. Mesmo numa coligação forçada, não pediriam votos para o candidato da máquina municipal. Vai ser uma situação muito desconfortável para quem mantiver a candidatura na proporcional.

Menos cadeiras do Podemos na Assembleia

O Podemos vai perder duas das quatro cadeiras que tem na Assembleia Legislativa. Na semana passada o presidente da Casa, deputado Marcelo Santos anunciou que deixará a sigla de forma amigável, com carta de anuência dada por Gilson Daniel.

Agora é a vez do deputado estadual Allan Ferreira anunciar sua saída do partido, com ameaça de entrar na Justiça, caso não consiga a carta de anuência.

Permanecerão no Podemos os deputados estaduais Alexandre Xambinho e Lucas Scaramussa.

As interferências de Gilson Daniel prejudicam o Podemos e pode ter grande impacto nos movimentos em torno das eleições 2026.

A reportagem tentou contato com o deputado Gilson Daniel, mas não obteve êxito até a publicação da matéria.

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