BRK Ambiental Cachoeiro

Crimes ambientais e crise de imagem: BRK Ambiental enfrenta denúncias e multas milionárias em Cachoeiro

Cidades

A concessionária BRK Ambiental, responsável pelos serviços de saneamento em Cachoeiro de Itapemirim, vive uma das piores crises de imagem desde que assumiu o contrato com o município. Após uma sequência de flagrantes de despejo de esgoto sem tratamento no Rio Itapemirim, a empresa acumula multas que já ultrapassam R$ 1 milhão e podem chegar a R$ 2 milhões com as novas autuações anunciadas pela Prefeitura e pela Agersa.

Os recentes flagrantes — que resultaram, inclusive, na condução do gerente de operações da BRK à delegacia — expõem uma realidade bem diferente da imagem pública que a empresa tenta sustentar. Nos últimos anos, a concessionária chegou a receber premiações por boas práticas ambientais, mas o cenário atual contrasta fortemente com o discurso de sustentabilidade e compromisso com o meio ambiente.

Esgoto no rio e reincidência de infrações

De acordo com a Agersa, as fiscalizações constataram que todo o esgoto coletado na margem sul da cidade, incluindo bairros como Arariguaba e União, estava sendo lançado diretamente no Rio Itapemirim, sem qualquer tipo de tratamento.

Em casos anteriores, a BRK foi multada em R$ 150 mil após dez dias de despejo contínuo de esgoto. Com os agravantes, as penalidades chegaram a R$ 480 mil — e uma nova multa de valor semelhante será aplicada.

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) também autuou a empresa em R$ 500 mil, e com o novo flagrante, deve emitir outra multa. A soma das penalidades pode ultrapassar R$ 2 milhões.

Investigações e descrédito público

O caso já foi encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPES), que apura possíveis crimes ambientais e violações contratuais. Além das questões ambientais, a BRK enfrenta reclamações crescentes por falta de abastecimento de água em diversos bairros, situação que se arrasta há dias e causa indignação entre os moradores.
Somam-se a isso denúncias de falhas nos investimentos previstos em contrato, atrasos em obras e irregularidades apontadas pela Agersa e pela Prefeitura. O conjunto desses fatores coloca a concessionária sob forte pressão política, institucional e popular.

Discurso e prática em conflito

A imagem de uma empresa moderna e sustentável, amplamente divulgada em campanhas e eventos de premiação, se choca com os sucessivos escândalos ambientais registrados em Cachoeiro de Itapemirim. O contraste entre o marketing e a prática coloca a BRK Ambiental em xeque e gera questionamentos sobre a efetividade da regulação e da fiscalização de contratos de concessão de saneamento básico.

Enquanto o Rio Itapemirim segue sendo vítima da poluição, cresce o clamor da sociedade por punições mais duras e por transparência nas ações da concessionária. A credibilidade da BRK Ambiental é colocada à prova diante da sequência de irregularidades e do descrédito público que se instala na cidade.

Posicionamento da BRK Ambiental

Em nota, a BRK Ambiental informou que o incidente ocorreu durante as obras de manutenção e modernização do sistema de esgoto, que estão em andamento em Cachoeiro de Itapemirim.

“O funcionário prestou esclarecimentos e, após ser ouvido, foi liberado, uma vez que foi reconhecido que se tratava de um incidente decorrente da atividade de manutenção”, informou a empresa.
A concessionária reforçou ainda que mantém todos os seus procedimentos operacionais em conformidade com as normas ambientais e de segurança vigentes.

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