Envolvido em uma série de processos judiciais e com seus direitos políticos suspensos, o pré-candidato à Prefeitura de Presidente Kennedy, Reginaldo Quinta, é carta fora do baralho nas eleições de 2024.
Uma rápida pesquisa no Portal do Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo mostra um verdadeiro arsenal jurídico, com pelo menos 100 processos em seu nome. Alguns foram arquivados e baixados e outros, no entanto, estão em andamento.
Entre eles, destacam-se cinco ações penais na esfera criminal e seis ações de improbidade administrativa no âmbito cível. Além disso, há duas ações de improbidade administrativa em trâmite na Justiça Federal.
Atualmente presidente do PSD em Presidente Kennedy, Reginaldo tem um histórico político marcado por acusações graves e condenações. Durante seu mandato como prefeito entre 2009 e 2012, o atual pré-candidato foi preso pela Polícia Federal na operação Lee Oswald, acusado de desviar R$ 55 milhões dos cofres públicos.
Esquemas de fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de verbas, além de pagamentos indevidos em contratos de serviços e compra de materiais estão entre os crimes investigados pela operação. Na época, a Câmara Municipal não teve outra escolha senão cassar seu mandato.
Na reta final das eleições de 2012, mesmo ano em que foi preso, Reginaldo foi forçado a desistir de sua candidatura, colocando então, o nome de sua sobrinha Amanda Quinta para substituí-lo no pleito. Amanda foi eleita com 57,65% dos votos.
No entanto, essa união entre tio e sobrinha não durou muito. Durante as eleições de 2016, Reginaldo e Amanda se tornaram rivais declarados na disputa pela prefeitura de Presidente Kennedy. Trocas de críticas públicas entre ambos tornaram-se frequentes, chegando ao ponto de Reginaldo se desculpar por ter indicado a sobrinha ao cargo na prefeitura.
Mas, como bem diz o ditado popular, “o fruto não cai muito longe do pé”, e a trajetória de Amanda foi semelhante à do tio. Em maio de 2019, a prefeita foi afastada do cargo após ser presa em flagrante durante a Operação Rubi, conduzida pelo Ministério Público Estadual (MPES), sob a acusação de estar envolvida em um esquema de fraudes em licitações e pagamento de propinas.
Também em 2019, Reginaldo foi novamente condenado por desviar mais de R$ 9 milhões provenientes de royalties destinados ao pagamento de funcionários do Executivo municipal durante sua gestão. A sentença, proferida pelo juiz Douglas Figueiredo, determinou a perda de seus direitos políticos por cinco anos, além de uma multa e a proibição de firmar contratos com o poder público por três anos.
No entanto, Reginaldo Quinta conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça que o autorizou a se candidatar à Prefeitura de Presidente Kennedy, com sua sobrinha Giovanna Quinta como candidata a vice. Essa tentativa, no entanto, foi frustada: Dorlei Fontão foi eleito prefeito e continua no cargo, buscando a reeleição.
Como todo bom brasileiro, Reginaldo não desiste fácil. Assim, ele resolveu colocar seu nome mais uma vez na disputa eleitoral de 2024. Contudo, seu histórico repleto de escândalos pesou em seus planos, e a história se repetiu: sua candidatura foi novamente impedida. No último dia 29, o Tribunal Superior Eleitoral, certificou que Quinta não está quite com a Justiça Eleitoral, suspendendo os seus direitos políticos e o colocando, mais uma vez, como carta fora do baralho na disputa pela prefeitura. Quem sabe, na próxima, Reginaldo consiga mais uma “brilhante” história para seu currículo?
