17/08/2022 às 21h00min - Atualizada em 18/08/2022 às 00h08min

Árvores que sobreviveram ao apocalipse dos dinossauros agora estão ameaçadas de extinção

As araucárias araucanas sobreviveram à era jurássica, e só cresce ao longo das encostas dos vulcões da Patagônia no Chile e na Argentina.

Olhar Digital
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As araucárias araucanas, também conhecidas como árvores quebra-cabeça de macacos, sobreviveram à destruição causada pelo fatídico meteoro que dizimou os dinossauros, mas estão prestes a sucumbir devido a ação do homem.

Com cerca de 48,8 metros de altura, essas árvores são capazes de viver por um milênio. Essa espécie é uma sobrevivente da era jurássica, vivida pela Terra há mais de 145 milhões de anos, e só cresce ao longo das encostas dos vulcões da Patagônia no Chile e na Argentina.

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Entretanto, as ações desenfreadas dos seres humanos, como incêndios, desmatamento, pastagem excessiva, exploração de madeira, colheita de nozes de forma ilegal e outros recursos naturais estão minando de forma decisiva a perpetuação das araucárias. Essas árvores, além de contribuírem com a biodiversidade local, são uma valiosa fonte de alimento para aves e integram o repertório cultural de grupos indígenas.

Segundo um estudo realizado, dentre as aves que se aproveitam da presença desse tipo de árvore, estão o periquito austral, uma espécie endêmica, que se alimenta das nozes produzidas pela araucária; os papagaios de tons verdes, que encontram nela abrigo e alimento durante o inverno; e os periquitos saqueadores, que ajudam a espalhar as sementes dessas plantas, garantindo a sobrevivência dessa espécie na Patagônia.

Em entrevista à CNN World, as autoras do estudo, Gabriela Gleiser e Karina Speziale, pesquisadoras do Instituto de Pesquisa em Biodiversidade e Meio Ambiente da Argentina, na Universidade Nacional de Comahue, explicaram que os pássaros “desempenham um papel importante na regeneração das florestas de araucária, pois as sementes parcialmente comidas que deixam no solo não são selecionadas por coletores de sementes, e mantêm seu potencial de germinação”.

Recuperação das florestas de araucárias

Para as cientistas, esses animais atuam como agentes que ajudam a adiar uma possível extinção representada pelo excesso de compartilhamento humano das nozes das araucárias. Além do consumo animal, as sementes também fazem parte dos alimentos tradicionais dos indígenas da comunidade Mapuche do Chile e da Argentina.

“A coleta de sementes humanas representa uma ameaça importante à reprodução (do) quebra-cabeça de macacos nessas populações que são acessíveis para as pessoas, já que coletores ilegais de sementes quase esgotam o pool de sementes produzidas pelas árvores”, declararam as cientistas.

Diante do risco que as araucárias estão correndo, as autoridades da Patagônia elaboraram uma lei que visa proteger essa espécie e garantir que ela consiga sobreviver nos territórios dos países. A comunidade Mapuche também atua no replantio dessas árvores e contribuem com o redescobrimento de suas antigas práticas ancestrais.

Via: CNN World

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