19/07/2022 às 15h48min - Atualizada em 19/07/2022 às 21h20min

Estratégias nutricionais e sistemas de Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta são os destaques do início da segunda rota do Confina Brasil 2022

Realizadas de 11 a 15 de julho, as visitas das equipes da Scot Consultoria aos confinamentos de Mato Grosso do Sul também constataram tecnologia na seleção de animais e grande área de preservação

SALA DA NOTÍCIA Irvin Dias Costa de Souza Garcia
A primeira semana da segunda rota do Confina Brasil 2022 aconteceu de 11 a 15 de julho e foram visitadas 21 propriedades. Como principais destaques, as visitas, realizadas em um dos estados mais importantes para o agronegócio, verificaram uma tendência de aplicação de tecnologias na seleção dos animais, como ultrassonografia de carcaça e presença de sistemas Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) na produção, para melhor aproveitamento do solo e diferentes dietas para o gado, visando o ganho de peso.

A semana começou com uma visita à eficiente Fazenda Modelo II, localizada em Ribas do Rio Pardo (MS), como conta Hugo Mello, analista de mercado e técnico da Scot Consultoria. “A propriedade utiliza a linha Fast, da Nutron Cargill, em sua estratégia dietética. Assim, eles conseguem reduzir o trabalho operacional, alimentando o gado apenas duas vezes ao dia, reduzindo a mão-de-obra, tornando o manejo mais eficiente e otimizando o tempo para outras atividades, sem deixar de lado a qualidade nutricional, que influencia totalmente no ganho de peso do animal”. A Nutron Cargill é uma das patrocinadoras “ouro” da terceira edição do Confina Brasil.

A Fazenda Modelo II é adepta à Integração-Lavoura-Pecuária-Floresta, com cultivo de soja e milho na safra/safrinha, além de eucalipto e pastagem. A propriedade realiza a recria de bezerros no pasto, com terminação posterior no cocho. Assim, há uma grande melhora do solo e um aproveitamento superior da área de pasto.

Em Laguna Carapã (MS), localiza-se a Fazenda Campanário, que se preocupa com a melhor absorção possível de nutrientes pelos animais. O milho colhido seco, disponibilizado na dieta do gado, passa por um processo de reidratação e inoculação, passando de 14% de umidade na sua colheita para 40%, e é ensilado. Esse processo facilita a digestão dos bovinos e o aproveitamento dos nutrientes oferecidos pelo grão.

A água é outra prioridade do confinamento. “Era utilizada a água de um riacho da região, porém, foi feita uma análise do fluído e percebeu-se a existência de coliformes fecais. Para resolver a questão, o pessoal está investindo em poços semiartesianos”, conta Raphael Poiani, zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria. Com isso, a propriedade espera oferecer uma água com melhor qualidade aos animais, impactando positivamente na saúde e no ganho de peso dos bovinos.

Assim como a Campanário, a Fazenda Santa Maria, do Grupo Corpal, em Aral Moreira (MS), também fornece milho úmido para os bovinos, com o mesmo objetivo: melhor digestão. Mas, além da estratégia dietética, a propriedade também investe em soluções sustentáveis e de conforto aos animais. “Os bebedouros são provenientes [FF1] de pneus de tratores, sendo reutilizados. Além disso, o curral, que era de madeira, será substituído por um modelo antiestresse, construído à base de concreto”, destaca Raphael.

Uma das curiosidades da primeira semana de visitas da segunda rota foi a parceria de dois irmãos. Os confinamentos Maracaju e Taquaruçu, de Maracaju (MS) são vizinhos e compartilham o mesmo espaço de armazenamento dos insumos alimentares. O milho seco colhido é armazenado no confinamento vizinho, ampliando sua capacidade total de armazenagem de grãos. Além disso, o confinamento Taquaruçu colhe o milho úmido, com cerca de 35% de umidade. Após essa etapa, o grão é enviado para ensilagem e passa pelo processo de maceração, melhorando sua qualidade e facilitando o processo de digestão por parte dos animais.

A cidade de Terenos (MS) é a sede do confinamento Sonho Real, do grupo MFG. Com capacidade estática de 25 mil animais, a propriedade fornece uma alimentação bastante energética para o gado, resultando em ganho de peso médio diário em torno de 1,7 quilos, dependendo da raça e do indivíduo.

A dieta dos animais é composta por grãos secos destilados, o DDG, da FS Bioenergia, patrocinadora “ouro” da expedição, que destaca-se por sua alta capacidade de nutrir os animais, promovendo aumento do ganho de peso, como resultado da eficiência alimentar superior que os grãos proporcionam.


Outra propriedade que conhece os benefícios da Integração-Lavoura-Pecuária (ILP) é a Fazenda Rio Bonito, localizada em Paraíso das Águas (MS). De propriedade do Grupo Colpar, a fazenda realiza a integração para reformar o pasto e cultivar grãos. “O intuito não é o comércio, porém, a integração impacta positivamente na propriedade. Eles conseguem rodar a soja, cultivar o milho para a dieta e reformar o pasto para o gado. O milho é ensilado e utilizado como fonte volumosa na alimentação”, informa Hugo.

Prestando serviço como boitel, o Confinamento Guarujá, de Rio Verde de Mato Grosso (MS), possui aproximadamente 50% de sua propriedade em preservação ambiental. A propriedade possui canyon e área de cachoeira, o que torna a área de preservação natural muito maior do que o visto em outras propriedades, que normalmente gira em torno de 20%.

A Fazenda Indaiá 1, de Chapadão do Sul (MS), de propriedade do presidente da associação dos algodoeiros da cidade, seleciona seus animais com auxílio da ultrassonografia de carcaça. Os animais da propriedade dão origem às carnes oferecidas pela rede de churrascaria Vermelho Grill, de Campo Grande (MS). “No momento da entrada nos confinamentos, o rebanho passa por uma apartação, através do resultado do ultrassom, e cada grupo recebe determinada alimentação de acordo com a destinação do bovino terminado”, diz Felipe Araújo Dahas, coordenador da expedição.

Além disso, “os dejetos são utilizados em uma mistura com pó de rocha e inoculação de bactérias, a fim de aumentar a biodisponibilidade do fósforo (P solúvel) presente no insumo, para destiná-lo à adubação”, comenta Hugo.

O Confina Brasil possui o apoio de importantes empresas. São patrocinadores "ouro": CasaleCoimmaElancoFS BioenergiaiRanchoNutron e UPL. No patrocínio "prata", aparecem: Associação Brasileira de AngusReenergisa e Zinpro. Na categoria montadora, a expedição conta com a MitsubishiEmbrapaHospital de Amor e Associação Nacional da Pecuária Intensiva (ASSOCON) se apresentam, ainda, como parceiros institucionais.

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