06/07/2022 às 09h34min - Atualizada em 07/07/2022 às 00h00min

AVC: Prevenção precisa de trabalho amplo

Rede Brasil AVC atua na capacitação de profissionais; ação voltada aos jovens merece reforço

SALA DA NOTÍCIA Assessoria de imprensa

Estudo realizado no Hospital Moinhos de Vento, no Rio Grande do Sul, publicado recentemente no periódico Frontiers in Neurology, apresenta análise sobre as medidas de resultados relatados por pacientes de dois centros de AVC (Acidente Vascular Cerebral) - um público e outro privado, e mostrou que os pacientes do hospital público são jovens e com mais fatores de risco, com quase 27% tendo um AVC prévio, em comparação com 16% no hospital privado, além de apresentarem casos mais graves. 

A falta de trabalhos de prevenção nos pacientes do setor público é um dos fatores que pode estar relacionado ao resultado da pesquisa. A conclusão do estudo reforça a necessidade de alerta sobre alguns hábitos que influenciam a incidência dos casos e as formas de prevenção, principalmente, entre o público jovem.

Amplo trabalho nesse sentido é feito pela Rede Brasil AVC, com atuação intensa na capacitação dos profissionais de saúde, para o adequado gerenciamento e monitoramento de todos os pacientes pelas equipes da Estratégia de Saúde da Família. “A prevenção sempre será a melhor ação e o AVC pode ser evitado em até 90% dos casos se os principais fatores de risco modificáveis puderem ser controlados, tais como a hipertensão e o diabetes”, fala a presidente-eleita da World Stroke Organization (Organização Mundial de AVC), Dra. Sheila Cristina Ouriques Martins e coordenadora e autora do estudo publicado na Frontiers in Neurology.

“Sendo assim, estratégias nesse sentido devem ser otimizadas junto aos pacientes pelos profissionais da saúde. É importante que cada vez mais a população seja orientada sobre os principais fatores de risco das principais doenças crônicas, como eles podem ser evitados e quando buscar atendimento médico”, acrescenta.

 

Jovens

Trabalhar a prevenção junto ao público jovem se faz cada vez mais necessário, salienta Dra. Sheila. Dados do DataSUS mostram que entre 2011 e 2021, o número de mortes por AVC em pessoas com menos de 50 anos aumentou 17,90% no Brasil, passando de 18.919 óbitos para 22.305. Até abril deste ano, 7.515 pessoas nesta faixa etária já perderam suas vidas em decorrência do AVC. No início de junho, ganhou repercussão o caso do youtuber, apresentador e jornalista esportivo Felipe Noronha, de 32 anos, que sofreu um AVC e apresenta algumas sequelas desde então.

O aumento do AVC em jovens pode estar relacionado ao estilo de vida menos saudável e ao sedentarismo. “Atualmente, há mais casos de obesidade, diabetes e hipertensão na camada jovem e essas doenças estão diretamente relacionadas ao AVC. Há, ainda, fatores como má alimentação e sedentarismo, que aumentam o risco. Tabagismo, uso excessivo de álcool e colesterol elevado são outros pontos que podem somar à origem do AVC”, lista.

A cada minuto em que o AVC isquêmico não é tratado (que ocorre quando falta sangue em alguma área do cérebro – sendo o mais comum e correspondendo entre 80% e 85% dos casos), a pessoa perde 1,9 milhão de neurônios. Identificar rapidamente os sinais e o socorro ágil evitam o comprometimento mais grave que pode deixar sequelas permanentes, como redução de movimentos, perda de memória, prejuízo à fala e diminui drasticamente o risco de morte, salienta Dra. Sheila.


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