A administração do prefeito de Iconha, Gedson Paulino (Republicanos), está sob intensa crítica por suas recentes ações, que parecem desconsiderar não apenas a vontade popular, mas também o pedido do Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES). Às vésperas das eleições, a gestão municipal tem corrido contra o tempo para aplicar asfalto em ruas que já estão calçadas com paralelepípedos, uma iniciativa que tem gerado revolta entre os moradores.
Mais de 300 cidadãos de Iconha assinaram um abaixo-assinado exigindo a paralisação das obras. Eles argumentam que o asfaltamento dessas vias, já pavimentadas, resultará em aumento das temperaturas locais e dificultará o escoamento das águas pluviais, um problema sério em uma região que sofreu recentemente com uma das piores enchentes de sua história.
A insatisfação não se limita aos moradores. No dia 30 de agosto, o Ministério Público de Iconha interveio, solicitando formalmente a interrupção imediata das obras. A Promotora de Justiça Ana Lúcia Ivanesciuc de Vallim Braga Hipólito destacou que as ações da prefeitura são “incompatíveis com a busca de práticas sustentáveis” e contrariam as medidas necessárias para mitigar os impactos negativos causados por inundações e alagamentos. O MPES, preocupado com a ausência de resposta da prefeitura a ofícios anteriores, tomou medidas mais severas, pedindo a paralisação total das obras e ameaçando adoção de ações judiciais.
A situação se agrava com o relato de moradores indignados, que veem nas obras um claro movimento eleitoreiro, visando mais a chamar atenção em áreas centrais do que a resolver problemas reais de infraestrutura. “É um desrespeito com os moradores, que pagam seus impostos em dia, ver que o dinheiro público está sendo mal utilizado em asfalto onde já existe pavimentação, enquanto há ruas que continuam na lama”, criticou um dos residentes, que preferiu não se identificar.
Com o descontentamento crescente da população e a pressão do MPES, a gestão de Gedson Paulino pode enfrentar sérias consequências políticas e judiciais se continuar ignorando os apelos para suspender as obras de asfaltamento.
A reportagem não conseguiu posicionamento da administração sobre o pedido do MPES.