Automação gera demanda de profissionais qualificados

Automação gera demanda de profissionais qualificados

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Com o avanço da tecnologia, a automação tornou-se parte essencial das indústrias: robôs de montagem e soldagem, sistemas de controle, armazéns automatizados e manutenção preditiva com inteligência artificial são alguns exemplos. Junto com as inovações, surge também a necessidade de ter mão de obra humana especializada ‒ são necessários funcionários qualificados para, entre outras funções, fazer a manutenção, desenvolver e construir esse tipo de solução tecnológica.

Segundo o Mapa do Trabalho Industrial, feito pelo Observatório Nacional da Indústria, a estimativa é que as vagas nas áreas de automação e mecatrônica apresentem um crescimento de 46% no período de 2022 a 2025.

“Vejo uma crescente aderência ao mercado de automação industrial no Brasil, especialmente nos últimos anos, com mais profissionais se interessando e se capacitando na área. O avanço da indústria 4.0 e a demanda por processos mais eficientes têm despertado o interesse por essas oportunidades”, analisa Thomaz Kenzo Iwamura, fundador da Custom Logic, empresa especializada em programação de robôs industriais. 

Na visão de Iwamura, profissionais qualificados em automação terão espaço amplo para atuar. Ele destaca a existência de diferentes cargos e posições que uma pessoa pode trabalhar dentro do segmento, com variados níveis de complexidade e hierarquia:

  • Técnico em Manutenção de sistemas automatizados: “precisa, geralmente, de um curso técnico em automação, eletrônica ou mecatrônica, além de certificações”, exemplifica.
  • Eletricista industrial: “a formação técnica em eletricidade industrial ou mecatrônica é normalmente necessária, sendo essenciais também as certificações”, diz Iwamura.
  • Programadores de robôs e de controladores lógicos programáveis (CLPs, dispositivos eletrônicos utilizados para automação de processos): “exige-se um curso técnico ou superior em mecatrônica, automação, eletrônica ou engenharia de controle e automação”, afirma. 

“Certificações em marcas específicas de robôs (como ABB, KUKA, FANUC) ou de CLPs (como Siemens e Rockwell) podem aumentar a competitividade desse profissional no mercado”, complementa.

  • Engenheiro de automação e gerente de projetos de automação: “são exemplos de posições de maior hierarquia. Esses postos são normalmente ocupados por pessoas com formação superior em engenharia, certificações e especializações em áreas como tecnologias de indústria 4.0”, explica o especialista.
  • Gerente de projetos de automação: Iwamura menciona ainda a necessidade do conhecimento em metodologias como PMBOK e SCRUM, além de habilidades em liderança na área.

“Além da formação técnica e educacional, é importante considerar o perfil dinâmico desse setor. A carga horária e o volume de trabalho podem variar muito, pois a automação industrial exige adaptação constante e disponibilidade para resolver problemas em campo, às vezes fora do horário comercial. Profissionais com bom raciocínio lógico, interesse por inovação, resolução de problemas e facilidade de aprendizado contínuo tendem a se destacar”, ressalta Iwamura.

Ele sublinha a importância do networking, da boa comunicação e do entendimento de tendências globais para o crescimento na área de automação. Participar de cursos de atualização e comunidades de profissionais pode abrir portas e permitir o contato com as inovações que estão surgindo. “Isso é importante porque a automação não para de evoluir, e se manter atualizado é um diferencial para construir uma carreira sólida”, diz. 

Iwamura afirma que a demanda por mão de obra é especialmente alta nos setores de manufatura, energia e logística, que dependem cada vez mais de automação para aumentar a eficiência e reduzir custos. “Ainda há uma lacuna entre a demanda e a oferta de profissionais qualificados, o que torna a atividade promissora para quem busca uma carreira em tecnologia”.

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