Tininho Batista fica inelegível por oito anos após Câmara confirmar rejeição de contas

Tininho Batista fica inelegível por oito anos após Câmara confirmar rejeição de contas

Política

O ex-prefeito de Marataízes, Robertino Batista da Silva, o Tininho Batista, teve suas contas referentes ao exercício de 2020 rejeitadas pela Câmara Municipal nesta terça-feira (11).
Com a decisão, Tininho está inelegível pelos próximos oito anos, ficando fora da disputa eleitoral de 2026, quando planejava se candidatar a deputado estadual.

A rejeição das contas foi aprovada por sete votos a cinco, em alinhamento com o parecer do Tribunal de Contas do Estado (TCE-ES) e do Ministério Público de Contas (MPC), que recomendaram a reprovação devido a graves irregularidades na aplicação de recursos públicos.

️ Sessão com tensão e tentativa de intimidação

A sessão da Câmara foi marcada por tumulto e forte presença policial, com apoio da Guarda Civil Municipal e da Polícia Militar.
Antes da votação, Tininho chegou a divulgar um vídeo em tom de ameaça, prometendo “desmascarar vereadores” — uma clara tentativa de intimidação política para tentar reverter o parecer técnico que já havia apontado irregularidades graves em sua gestão.

Mesmo diante de todas as evidências apresentadas pelos órgãos de controle, cinco vereadores preferiram ignorar critérios técnicos e a legislação, votando em favor do ex-prefeito — entre eles Weliton da Silva (PSB), que justificou sua posição alegando “amizade” com Tininho.

⚠️ Vereadores que votaram a favor de Tininho Batista

  • Anderson Pedreiro (PSB)

  • Eraldo Duarte (PSB)

  • Loro Brandão (Republicanos)

  • Pedricio Marvila (PV)

  • Weliton da Silva (PSB)

Com essa postura, os parlamentares desconsideraram os relatórios técnicos e jurídicos que comprovaram o uso indevido de verbas públicas, priorizando alianças políticas e pessoais em detrimento da transparência e da responsabilidade fiscal.

Irregularidades somam mais de R$ 150 milhões

O relatório do conselheiro Sérgio Aboudib Ferreira Pinto, do TCE-ES, revelou que Tininho Batista utilizou indevidamente recursos dos royalties do petróleo, aplicando o dinheiro em despesas proibidas por lei — como pagamento de auxílio-alimentação a servidores.

Os royalties, conforme a Lei 7.990/1989, possuem destinação específica e não podem ser usados para custear folha de pagamento. Segundo o Ministério Público de Contas, houve violação clara da legislação e comprometimento da transparência fiscal.

Somando os valores irregulares detectados entre 2018 e 2023, o montante de recursos utilizados de forma indevida chega a R$ 151,9 milhões.

O procurador Luis Henrique Anastácio, do MPC, classificou o caso como “grave infração à lei, que compromete o equilíbrio financeiro e a boa gestão dos recursos públicos”.

⚖️ Decisão irreversível e sem recurso

Com a rejeição confirmada, a Câmara Municipal encerra qualquer possibilidade de reversão administrativa. Tininho Batista, portanto, fica impedido de disputar eleições pelos próximos oito anos, encerrando — ao menos temporariamente — suas pretensões políticas.

A decisão reforça a necessidade de que gestores públicos e vereadores tratem a administração com seriedade, e que critérios técnicos prevaleçam sobre acordos e amizades políticas — algo que, em Marataízes, infelizmente, ainda parece ser exceção.

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