Foi instalada nesta terça-feira (4), no Senado Federal, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, que vai investigar a estrutura, a expansão e as ramificações de milícias e facções criminosas em todo o país. O colegiado será composto por 11 senadores titulares e 7 suplentes, com prazo inicial de 180 dias para conclusão dos trabalhos, podendo ser prorrogado por igual período. Entre os integrantes, estão os senadores capixabas Marcos do Val (Podemos-ES), como titular da comissão, e Fabiano Contarato (PT-ES), como presidente.
O senador Marcos do Val destacou que o início dos trabalhos representa mais um passo em uma luta que ele vem travando desde 2019, quando foi relator do pacote anticrime e propôs a tipificação do PCC e do Comando Vermelho como organizações terroristas. “Essa é uma batalha que venho travando há anos. O crime organizado é uma ameaça concreta ao Estado e à sociedade brasileira. Precisamos agir com firmeza, inteligência e integração”, afirmou o parlamentar.
A instalação da CPI ocorre uma semana após a megaoperação policial nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, que teve como alvo o Comando Vermelho. O cenário reforça a urgência de medidas concretas e de investigações profundas sobre as redes criminosas que atuam em diversas frentes — do tráfico de drogas e armas à lavagem de dinheiro e à corrupção.
Com foco em resultados práticos, o senador Marcos do Val já prepara uma lista de especialistas e autoridades que serão convidados para contribuir com os trabalhos da comissão. “São pessoas que vivem o dia a dia do combate às facções e podem contribuir com informações técnicas e estratégicas para subsidiar os trabalhos da CPI”, explicou.
A comissão também pretende ouvir policiais, promotores, servidores públicos, empresários e cidadãos que tenham informações concretas sobre a atuação de organizações criminosas. “Só com a participação de todos poderemos expor e desmantelar as estruturas criminosas que ameaçam o país”, reforçou o senador capixaba.
Desde o início de seu mandato, Marcos do Val tem se destacado no enfrentamento às organizações criminosas. Em 2019, apresentou uma proposta para classificar o PCC e o Comando Vermelho como grupos terroristas, defendendo que “não se pode tratar o crime organizado com a mesma lógica do crime comum”. Na época, o senador afirmou: “Essas facções agem de maneira estruturada, com poder econômico e bélico, e tentam controlar territórios e instituições. São verdadeiros inimigos do Estado Democrático de Direito. É dever do Congresso reconhecer a gravidade dessa ameaça e tratá-la como tal.”
Além da atuação legislativa, o senador tem garantido investimentos expressivos na área da segurança pública. Até 2025, destinou e pagou R$ 121,9 milhões para ações e estruturas de segurança no Espírito Santo — recursos aplicados em polícias, sistemas de monitoramento e projetos de inteligência. O valor reforça o compromisso de Marcos do Val com a proteção dos capixabas e o fortalecimento das forças de segurança, consolidando sua trajetória como uma das principais vozes da pauta da segurança pública no Congresso Nacional.
A CPI do Crime Organizado foi criada com o objetivo de apurar a atuação, expansão e funcionamento de facções e milícias em território nacional, em especial o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), grupos com presença em diversos estados e conexões internacionais. O colegiado pretende investigar o modus operandi dessas facções, as condições que permitiram seu crescimento e as estruturas de comando e decisão que mantêm o controle sobre territórios e atividades criminosas.
Ao final dos trabalhos, a CPI deverá apresentar um relatório com propostas legislativas e medidas de combate ao crime organizado, fortalecendo a segurança pública e o sistema de justiça no país.






