A intervenção realizada pela BRK Ambiental no Rio Itapemirim, em Cachoeiro de Itapemirim, sem a devida autorização da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agersa), trouxe consequências preocupantes para a população. O represamento e a manipulação do curso d’água praticamente secaram trechos do rio, especialmente na região da Ilha da Luz, que hoje apresenta um cenário alarmante: poços formados entre pedras que se tornaram verdadeiros criadouros de mosquitos.
A cena chama a atenção de quem passa pelo local e gera temor de uma infestação de mosquitos transmissores de doenças, como o Aedes aegypti, responsável pela dengue, chikungunya e zika. Para moradores e frequentadores da região, a situação exige uma ação imediata dos órgãos ambientais contra a concessionária.
A polêmica se agrava diante do fato de que a BRK Ambiental foi recentemente premiada por ações voltadas ao meio ambiente, o que soa, no mínimo, contraditório. A empresa acumula histórico de irregularidades no município, como o despejo recorrente de esgoto sem tratamento em córregos e no próprio Rio Itapemirim, além de ignorar notificações emitidas pela Agersa.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) já investiga a atuação da concessionária em Cachoeiro de Itapemirim, mas a população cobra respostas mais efetivas. Para os cachoeirenses, a imagem do rio praticamente seco e transformado em criadouro de mosquitos é simbólica de uma concessão que parece estar mais voltada ao lucro do que ao cumprimento de sua responsabilidade ambiental.