Exoneração de Breno nilregi

De olho em 2026, Breno Nilregi tropeça na própria estratégia e é exonerado em Marataízes

Política

A exoneração do secretário municipal de Turismo de Marataízes, Breno Heleno Viana, o “Breno Nilregi”, nesta quinta-feira (25), revelou mais do que uma simples troca de comando na pasta: expôs a falta de diálogo e maturidade política de quem sonha com voos mais altos.

Breno se encontrou recentemente com o ex-prefeito cassado de Itapemirim, Thiago Peçanha, e permitiu que uma foto fosse publicada no Instagram de Peçanha com a frase “Vamos Juntos Breno” e a marcação do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos) — hoje pré-candidato ao Governo do Espírito Santo. O problema é que Pazolini é adversário político do governador Renato Casagrande (PSB) e do vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), pré-candidato natural à sucessão estadual.

O movimento caiu como uma bomba em Marataízes. Isso porque o prefeito Toninho Bitencourt (Podemos), principal liderança política do município, é aliado de Ferraço, tendo contado com esse apoio para se eleger em 2024 com 52,03% dos votos válidos. A foto de Breno, portanto, soou como um gesto de afronta ao grupo que lhe deu sustentação política.

Pegou muito mal. O prefeito Toninho sequer havia sido comunicado da reunião. Ao ver seu secretário de Turismo associado a um ex-prefeito cassado e à imagem de um adversário de seu aliado direto, a reação foi imediata: exoneração do cargo.

Breno, por sua vez, foi às redes sociais nesta tarde com os olhos vermelhos, de quem havia chorado, tentando inverter a narrativa e criticar a postura do prefeito. Mas sua atitude apenas reforçou a percepção de imaturidade política. Se pretende disputar um mandato eletivo — desejo já conhecido nos bastidores —, precisa aprender a regra básica da política: eleição se disputa em grupo, com diálogo e estratégia, jamais de forma unilateral.

A trajetória de Thiago Peçanha também não ajuda Breno. Cassado por abuso de poder político, Peçanha perdeu o mandato em Itapemirim após decisão unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em março de 2022. O tribunal confirmou que o ex-prefeito usou a máquina pública para angariar apoio, com aumento de 60% no número de comissionados e de 510% no número de estagiários em ano eleitoral. “A máquina pública foi totalmente mobilizada para quebrar o equilíbrio da disputa”, afirmou o ministro Carlos Horbach, relator do caso.

Ou seja, ao se associar a figuras políticas marcadas por condenações e a adversários diretos de seus aliados, Breno não apenas comprometeu sua relação com o prefeito Toninho, como também colocou em xeque sua própria credibilidade política.

O recado do prefeito foi claro: quem não joga em equipe e esquece de alinhar os movimentos com a liderança do grupo, não tem espaço em sua gestão.

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