A busca por alternativas de crédito que ofereçam mais flexibilidade e segurança financeira tem levado empresas de diferentes portes a conhecer novas formas de operação. Entre elas, o risco sacado, também conhecido como “confirming”, se destaca como uma solução estratégica.
Embora a tecnologia que facilita a operação de risco sacado seja relativamente recente, a prática em si já é utilizada há bastante tempo. Ela permite que fornecedores recebam seus pagamentos de forma antecipada, enquanto as companhias compradoras mantêm o prazo originalmente acordado, favorecendo a gestão do caixa e fortalecendo a relação comercial.
A modalidade tem ganhado atenção em períodos de juros elevados e maior necessidade de previsibilidade financeira. Apesar da expansão e dos avanços tecnológicos, ainda existem muitas dúvidas sobre seu funcionamento e os benefícios que pode oferecer para ambas as partes. A seguir, estão cinco pontos fundamentais para compreender melhor o risco sacado e sua aplicação no ambiente corporativo.
1. O que é a operação de risco sacado?
O risco sacado é uma operação em que a empresa compradora (sacado) estabelece uma espécie de convênio com uma instituição financeira para oferecer ao seu fornecedor a possibilidade de antecipar o recebimento de valores. Dessa forma, o fornecedor recebe antes do vencimento acordado e a instituição assume o risco de crédito da empresa compradora. Ou seja, quem garante o pagamento não é o fornecedor, mas sim a empresa contratante.
2. Benefício direto para os fornecedores
Um dos grandes atrativos do risco sacado é a melhora na liquidez para os fornecedores. Em vez de esperar 30, 60 ou até 120 dias para receber, eles podem antecipar o valor com taxas geralmente menores, já que o risco é atribuído à empresa compradora. Isso contribui para a saúde financeira dos parceiros e reforça a confiança nas relações comerciais.
3. Vantagens para as empresas compradoras
Embora o benefício imediato seja direcionado aos fornecedores, a empresa compradora também ganha. Com a adoção da operação, ela consegue negociar prazos mais longos de pagamento sem prejudicar os parceiros. Além disso, a prática fortalece a cadeia de suprimentos, uma vez que garante que os fornecedores tenham recursos para manter sua produção e cumprir demandas futuras.
4. Papel das instituições financeiras
O risco sacado só é viabilizado com o apoio de bancos e instituições financeiras, que intermediam a operação. Essas entidades avaliam a solidez da empresa compradora e, a partir disso, definem as condições para a antecipação.
Na prática, a operação se assemelha a um financiamento indireto, em que o fornecedor acessa crédito em condições mais favoráveis por meio da credibilidade do contratante.
5. Transparência e planejamento são essenciais
Para que o risco sacado seja vantajoso, tanto empresas quanto fornecedores precisam de clareza nos contratos e nos custos envolvidos. A gestão financeira deve avaliar a operação dentro do planejamento de caixa, evitando dependência excessiva dessa ferramenta. Quando utilizada de forma estratégica, pode ser um diferencial competitivo.
Uma tendência em crescimento
O risco sacado vem se destacando como uma solução moderna de financiamento da cadeia de suprimentos, permitindo que as empresas equilibrem suas finanças sem enfraquecer parceiros estratégicos. A modalidade se apresenta como alternativa eficiente para reforçar a liquidez, ampliar a previsibilidade e sustentar relações comerciais duradouras.
Com o avanço da digitalização e da oferta de soluções financeiras integradas, a tendência é que a operação de risco sacado seja adotada por um número crescente de companhias, especialmente entre aquelas que desejam manter competitividade e fortalecer sua rede de fornecedores. O mecanismo se consolida como uma ferramenta de cooperação entre empresas e instituições financeiras.