BRK Ambiental Cachoeiro

BRK Ambiental lucra alto enquanto joga esgoto sem tratar no Rio Itapemirim

Cidades

O crime ambiental cometido pela BRK Ambiental em Cachoeiro de Itapemirim não representa apenas um desastre ecológico e de saúde pública. Ele escancara também a forma como a concessionária economiza às custas do meio ambiente e do bolso da população.

De acordo com estimativas, a BRK fatura mensalmente R$ 2,148 milhões de taxa de esgoto, apenas com o pagamento mínimo da conta de água de aproximadamente 60 mil residências. Isso significa que, somente com a tarifa mínima, a concessionária arrecada pelo menos R$ 71.600,00 por dia para realizar o tratamento de esgoto.

No entanto, durante os quatro dias em que todo o esgoto da cidade foi despejado diretamente no Rio Itapemirim sem nenhum tipo de tratamento, a empresa deixou de gastar, no mínimo, R$ 286.400,00 com a operação. Ou seja, a BRK economizou às custas da degradação do rio e da saúde da população.

E o problema continua

Segundo a Agersa, a concessionária ainda segue lançando esgoto sem tratamento no rio, especialmente na margem sul, e não há qualquer previsão de quando a situação será normalizada. Enquanto isso, a cada dia que o problema se arrasta, a concessionária continua lucrando, pois não arca com os custos de tratamento que deveriam ser aplicados.

Trata-se de uma situação em que a população paga caro, e paga uma das tarifas de água mais altas do Espírito Santo e até do Brasil. O resultado é duplamente perverso: de um lado, um rio transformado em vala de esgoto; de outro, uma concessionária que continua a arrecadar milhões sem cumprir sua parte do contrato.

Dinheiro deveria voltar para o consumidor

Diante do cenário, especialistas e autoridades apontam que o valor que a BRK deixou de gastar no tratamento deveria ser devolvido diretamente na conta de água dos consumidores, além da aplicação de multas severas e outras penalidades legais. Afinal, cobrar por um serviço e não executá-lo é, no mínimo, um desrespeito flagrante ao cidadão e uma violação ao contrato de concessão.

A conta mais cara, o serviço mais precário

A contradição salta aos olhos: Cachoeiro de Itapemirim convive com uma das contas de água mais caras do país, mas continua a enfrentar descaso e desrespeito por parte da concessionária. Enquanto a BRK busca ampliar sua margem de lucro, a população paga, o meio ambiente sofre e o Rio Itapemirim, um dos principais patrimônios naturais da região, é transformado em depósito de esgoto.

Procurada pela reportagem, a BRK ainda não se manifestou sobre o caso.

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