O mercado brasileiro de moda vive um momento de expansão. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), o setor faturou R$ 215 bilhões em 2024, um crescimento de 7% em relação ao ano anterior. O Brasil possui a maior cadeia têxtil completa do Ocidente, com produção desde as fibras até os desfiles de moda. Com 25,3 mil unidades produtivas formais e a produção de mais de 8 bilhões de peças por ano, o segmento atrai cada vez mais empreendedores em busca de oportunidades. Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que, só no primeiro trimestre de 2025, foram abertos mais de 1,4 milhão de pequenos negócios no país, sendo 78% deles por microempreendedores individuais (MEIs), com a moda figurando entre os setores mais procurados.
No entanto, por trás dos números promissores, existe um cenário desafiador que exige atenção. Um estudo do Sebrae sobre a taxa de sobrevivência das empresas no Brasil revela que 30,2% dos negócios do setor de comércio fecham as portas em até cinco anos. Esse dado, alinhado a estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que mostram que mais de 60% das empresas brasileiras em geral não sobrevivem ao mesmo período, acende um alerta sobre a importância da gestão para a sustentabilidade de novos empreendimentos no competitivo mercado da moda.
Segundo Jaqueline Venzon Colombi, graduada em Finanças, com MBA em Custos e Modelagem Financeira e consultora financeira parceira da Brunx Ind., empresa do setor industrial que acompanha de perto o desenvolvimento de novas marcas de moda no país, o crescimento do empreendedorismo no setor é impulsionado pela busca por independência financeira, pela criatividade e pelo desejo de criar marcas com identidade própria. “Porém, a paixão pelo design e pela criatividade muitas vezes não é acompanhada de uma base sólida em gestão,” observa a especialista.
Uma pesquisa do Sebrae de 2016 já apontava que, entre as principais dificuldades enfrentadas pelos empresários do ramo, estavam a diminuição da frequência dos clientes (50%) e o excesso de concorrentes (35%), enquanto 89% dos entrevistados não possuíam formação técnica em moda. A falta de planejamento e de controle financeiro está entre as principais causas para a alta taxa de mortalidade empresarial. Jaqueline explica que a capacidade de gerenciar eficientemente os custos, o estoque e o fluxo de caixa torna-se um diferencial competitivo crucial. “Muitos empreendedores, especialmente no início da jornada, subestimam a complexidade da gestão financeira, o que leva a problemas como precificação inadequada, margens de lucro apertadas e falta de capital de giro,” alerta a consultora.
O setor de confecção é o segundo maior empregador da indústria de transformação brasileira, com 1,3 milhão de empregos formais e 8 milhões ao considerar indiretos e efeito renda, o que demonstra sua relevância econômica e social. A profissionalização, portanto, não é um luxo, mas uma necessidade para a sobrevivência e o crescimento.
Para superar esses obstáculos, a capacitação em gestão é o caminho mais seguro. Segundo Jaqueline, a solução passa pela adoção de boas práticas. “O primeiro passo é a elaboração de um planejamento orçamentário detalhado, que permita ao empreendedor ter uma visão clara de todas as suas despesas. A partir daí, é possível implementar um controle de estoque eficiente para evitar excessos ou rupturas e desenvolver uma política de precificação realista, que considere não apenas os custos, mas também o valor percebido pelo cliente e o posicionamento da marca no mercado,” analisa a especialista.
A consultora reforça que a jornada do empreendedor de moda vai além da criatividade. “Ela exige uma base sólida de educação financeira e uma visão estratégica para transformar talento em um negócio próspero e duradouro. Em um mercado que movimenta bilhões e emprega milhões, investir em capacitação e no conhecimento profundo do próprio negócio são passos decisivos. Nesse sentido, o acesso a ferramentas de gestão se torna um importante aliado,” afirma.
Atenta a essa necessidade, a Brunx Ind., por exemplo, disponibiliza uma planilha de gestão financeira gratuita que auxilia no controle de custos e na precificação de produtos, ajudando a garantir que novas marcas possam não apenas sobreviver, mas também florescer e contribuir para a consolidação do Brasil como potência criativa e produtiva no cenário global da moda.






